domingo, 27 de outubro de 2013

IDÉIAS E PENSAMENTOS UM PERIGO DENTRO DE NÓS

Um amigo meu se matou à alguns anos,depois que sua esposa o deixou,ele colocou em sua mente a ideia fixa que não poderia mais viver neste mundo,sem a presença dela ao seu lado,antes deste fato,esteve com ele algumas vezes,nesses momentos sempre me falava do vazio que estava sentindo,dizia também que não conseguia comer e nem dormir direito,reclamava de uma dor de cabeça intensa e fraqueza nos braços.Sempre que falava dela,parecia estar falando não de alguém de quem havia se separado,mas que estava ali por perto e sim de alguém que havia morrido e desta maneira se tornado inatingível,estava de luto por alguém vivo.Sempre tive muita amizade com os dois,quando tinha alguma comemoração na casa deles,me convidavam e eu sempre ia.Ele costumava beber e então ficava fazendo piadas a respeito dela,como no dia em que iam acampar,ele disse que não precisava levar barracas,porque sua esposa já estaria levando calcinhas,numa referência ao tamanho das roupas intimas que ela usava,ele fazia as piadas e ela sorria com o canto da boca,porém seu olhar mostrava grande tristeza.
Certo dia estava eu em casa quando ouvi a campainha tocar,minha mulher foi atender,era a esposa de meu amigo que já entrou entre choro e soluços,minha esposa tentava acalma-la e ao mesmo tempo perguntava o que estava acontecendo,as duas entraram e sentaram no sofá,apontei o rosto na porta do quarto pra sair mas desiste,voltei e fiquei ouvindo a conversa de onde estava,ela chorando muito dizia que ainda amava seu marido,mas não suportava mais as humilhações impostas por ele e que ela sentia que a pessoa por quem  havia se apaixonado já não existia mais,sendo chamada de burra a todo momento,sentia se como uma barata sob os pés daquele homem a quem tinha dedicado tanto de sua vida,neste momento me admirei com a resposta que minha esposa deu aos fatos que estavam sendo expostos por ela,dizendo que a opinião dos outros só tem a importância que nos mesmos damos a elas e que a formula para resolver isso era muito simples,bastava que ela desse a esses pensamentos e opiniões a respeito dela a mesma importância que se da a qualquer outro pensamento,como por exemplo:o que vou comer hoje,registrando a informação,mas não permitindo que ela domine sua vida.Passado algum tempo se despediram e ela se foi.

 Alguns dias depois se separaram,num primeiro momento ele se fez de arrogante,disse que não tava nem ai,mas de repente resolveu procurar por ela e esta foi irredutível,disse que estava em paz,que ele seguisse com sua vida pois jamais voltaria;isso detonou uma bomba na cabeça dele,pois ao mesmo tempo que descobriu que a amava,também soube que a tinha perdido.Então chorou,se humilhou,pediu aos parentes e amigos que intercedessem a favor dele,mas de nada adiantou,ela se mostrou irredutível,então aconteceram as ameaças e perseguições,transformando a vida dos dois num verdadeiro inferno.Finalmente foram parar em frente a um Juiz,este por sua vez estabeleceu uma ordem de restrição contra ele,agora não podia ficar a menos de quinhentos metros dela,sob pena de prisão em caso de desobediência.O homem entrou em depressão,perdeu o emprego e se entregou a bebida,até que finalmente se matou.Quando recebi a notícia,não me surpreendi,pois já esperava por algo assim.Alguns meses depois,ela se casou novamente e parece que vive bem,com seu atual marido.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A VIDA É DURA PRA QUEM É MOLE (parte02)



Passado alguns meses as casas ficaram prontas,ai então veio a festa da entrega das chaves,com queima de fogos,distribuição de brindes,o que tinha de político era uma coisa de louco,gente que não tinha nada haver com a obra,mas que,mesmo assim afirmavam ter trabalhado muito,para que aquelas pessoas estivessem ali,recebendo suas casas,nesse dia foi que entendi o verdadeiro significado da palavra hipocrisia.
No dia seguinte vieram os moradores com suas mudanças,só tinha mulher,criança e cachorro,tinha gente mudando de tudo quanto era jeito,caminhão,carroça,carrinho de mão,na maioria mulheres jovens,com três ou quatro crianças cada uma.
Essas casas geralmente são distribuídas a pessoas carentes,como por exemplo:idosos,pessoas com doenças terminais e mães solteiras.A casa é registrada no nome da mulher.
No início havia fiscalização pra ver se aquelas pessoas eram mesmo carentes,passado um tempo a fiscalização sumiu,ai apareceram os homens nas casas;eles chegaram com seus carros e motos,em quase todas as casas agora havia um carro na porta,veículos novos por sinal,com os homens vieram também as brigas,tiroteios e confusões em geral,no rastro deles vieram também,o pior tipo de policiamento que existe,homens truculentos que já chegam batendo ou atirando.
Minha casa ficou de frente a duas casas do projeto,na casa da esquerda agora residia uma morena de uns trinta e cinco anos  com suas duas filhas,que estavam na faixa dos quatorze anos;na casa da direita morava uma senhora evangélica com três crianças pequenas,mas já em idade escolar,como as casas foram entregues sem muros,por um bom tempo eu pude apreciar a vida dessas pessoas.
Com a morena da esquerda passou a residir um sujeito de uns quarenta anos,barrigudo,cabelo cumprido batido,corrente grossa de latão no pescoço,andava sempre com a camisa aberta,abotoada só em dois botões,uma calça jeans cheia de bolsos e um monte de desenhos bordados na parte de trás,estava sempre com o calcanhar rachado porque só calçava sandálias,trazia sempre na mão uma latinha de cerveja que parecia até fazer parte do corpo dele,sujeito truculento,mal educado,com aparência abobalhada.
Na casa da senhora evangélica,veio morar um senhorzinho,também evangélico,era franzino,tinha o cabelo lambido pra um lado pra disfarçar a careca,usava uma calça social preta e camisa branca abotoada até o pescoço,seu veículo era uma bicicleta tipo barra circular que puxava um pequeno reboque,no qual havia um assento.Ele não era o pai das crianças daquela senhora,mas se comportava como se fosse.Todos os dias de manhã,pegava as crianças,colocava uma na garupa e as outras duas no reboque e as levava até a escola,na volta sempre cuidava do pequeno jardim que havia plantado em frente sua casa,jardim esse que quase sempre era amassado pelo carro do vizinho,até que um dia o crente foi falar com o cachaceiro para pedir-lhe que não amassasse mais suas plantas,o coitado quase apanhou,só não foi chamado de santo e rapadura mas o resto foi tudo.
Certo dia houve uma grande confusão na casa do vizinho cachaceiro,já era de manhã,o sujeito estava sendo empurrado pra fora e era agredido pelas três mulheres,elas o agrediam a pauladas e pedradas,até que a mãe das meninas escorregou e bateu com o rosto no para lamas do carro abrindo um rasgo logo acima do olho,nisso encostou uma viatura,e os policiais quiseram saber o que estava acontecendo,as mulheres mais que depressa o acusaram de ter agredido elas inclusive tirando sangue da mais velha,nisso o homem tentava se defender,dizendo que ela havia caído,foi nesse momento que percebeu seu vizinho evangélico,chamou então por ele pedindo que confirmasse que a mulher havia caído sozinha,porém o homenzinho virou as costas e adentrou à sua residência.O sujeito foi preso e mais tarde condenado a seis anos de prisão,por agressão e também por ter molestado uma das meninas,pessoalmente não acredito que ele tenha feito isso,mas quem planta colhe,e a vida é dura pra quem é mole.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A LINHA E O MURO







Existe uma linha invisível,que não deve ser ultrapassada por nenhum de nós,pois quando ultrapassamos essa linha,imediatamente se ergue entre quem ultrapassou e os outros,um muro que de maneira nenhuma pode ser superado,isso vale tanto pra homens quanto pra mulheres no que diz respeito a relacionamento.


Aquele que fez a besteira de ultrapassar essa linha,no momento em que se arrepender e tentar voltar,não vai conseguir,pois vai dar de cara no muro que ele mesmo construiu.Esse muro é construido por nós no dia a dia,agredindo a quem amamos por gestos,palavras,descaso e alguns até agredindo fisicamente,uma vez que você se colocou do outro lado da linha,não têm mais retorno,o muro permite que você sinta o cheiro,veja o sorriso e a alegria dos que estão do outro lado,você também vai poder ver e ouvir outro alguém dizendo palavras de carinho,para aquele ou aquela que um dia foi seu grande amor;mas você nada poderá fazer,pois estará preso do outro lado do muro,que construiste com suas próprias mãos.Nesse ponto não há mais possibilidade para arrependimento;de nada vai adiantar,choro e lamentações;pois o muro permite que veja e ouça,mas impede que seja visto e ouvido.Só lhe restará então duas opções:seguir em frente carregando sua dor,ou morrer de tristeza junto ao muro que construiste com tanta dedicação.